quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Pessoal Agressivo

Deita-se sobre o despraiado 
Tal humanidade dançarina, bonita, floral oceânico
Queima os olhos dos sonhadores
Da barraca dos apolos obstinados
Já de tanta seta dourada nos olhos de outros
O brilho contemplarem. 

Corpo é a sêda
Mãos que amarram a Lua
E amassam os montes de Venus
No anfiteatro das barbatanas
Espaço de ninguém
Entre uma porta 
Onde uma reacção toma lugar. 

Foi-se a artrose do prazer
Desejo inflamado mas sem ardência
Bebedeiras ao Sol
De um anima revelado
Como bacantes 
Em modo de supressão

La separa as aguas
do lago
Frígido de tanta calma
com abruptos pedregulhos 
Arrastados em anonimato
Pesados como um novelo de lã

sábado, 8 de agosto de 2015

Overdose de tudismo.

Deixa correr

Se a "depressão" te apanhar

Deixa que te apanhe

Pode ser que concluas que a auto-indulgência são lérias

Deixa arder

Se o fogo dos teus actos te queimar

Deixa que te queime

Se a flor que brota do teu umbigo

Nascer

Deixa que nasça

Deixa-te ficar submerso

As bolhas de ar na água 

Deixa que elas sejam os teus universos

Deixa que os reflexos

Sejam as tuas expansões plenárias 

Deixa ser fornecido

Para que te geres

Que os teus olhos sejam janelas

Numa torre panóptica

E a seguir põe-te em transcendência

Eternidade num momento

Mas tem cuidado

Com o partido, o doutoramento, o sal da terra, os santos dos ultimos dias, a ideologia, a acção, a musica no coração, o velho do Restelo, o mundo sem pêlo, os amigos incondicionais, os ventres das prostitutas locais, as facadas nos tendões, os movimentos enferrujados, o trote da culpa, o galope da frieza…. não por menos de 6000 euros e um cargo de direcção…